quarta-feira, 3 de julho de 2013

LEITURA DE IMAGEM

Fotografia: Escultura Hiper Realística Sam Jinks Pieta de Ron Mueck
Fonte: www.boutwelldrapergallery.com.au

   Homem de meia idade de cabelos curtos e escuros, com duas entradas que representam início de calvície, vestido de paletó de lã cinza escuro com minúsculos quadriculados, debaixo um suéter preto e abaixo uma camisa polo branca. Sua barba está feita, porém, vê-se que já está nascendo novamente pela tonalidade escura nesta área do seu rosto. Ele está com seus olhos baixos, direcionados para um senhor falecido que está em seu colo nu, de olhos fechados e boca aberta, cabelos compridos, lisos e brancos, com dobras de gordura mas com os ossos das costelas direitas e do peito aparentes. Seu braço direito está dependurado ao lado do corpo e o braço esquerdo está ao lado do corpo com a mão repousada em sua coxa esquerda. Está em cima de uma toalha branca, sendo sustentado pelo homem de meia idade. A claridade é emitida por uma luz branca que se encontra à frente e à cima dos dois homens.
   O homem de meia idade aparenta ser de origem italiana pelo modelo do paletó e feições. O senhor em seu colo está nu e falecido. Pela proximidade e intimidade do contexto deve representar parentesco.
   Baseando-se nesse contexto, subentende-se que é um filho segurando seu pai no colo, possivelmente em seu último suspiro de vida. Visualizo a continuação da cena como se sua “reação à morte” ainda não tivesse ocorrido. O senhor de idade aparenta sofrimento e teria saído do banho, por estar nu e em cima de uma toalha. Provavelmente teria passado mal e seu filho o pegou nos braços em uma tentativa de acudi-lo.
   A imagem em seu aspecto estático, faz com que consigamos imaginar a continuação da cena, nos causando angústia, ansiedade, pena e sofrimento. Em outra referência, a imagem/escultura num contexto geral, me leva à escultura de Michelangelo, La Pietà, tratando-se, da parte do autor, de uma releitura desta magnífica obra.


Fotografia: Litografia Três Mundos de Escher
Fonte: www.educ.fc.ul.pt

   Há uma carpa grande e gorda no lago, de olhos grandes e atentos, vemos suas barbatanas frontais e sua pele em escamas grandes. Diversas folhas estão soba  água, a qual é transparente (por onde podemos ver o peixe, mas abaixo na imagem) e  que reflete as três árvores que vemos acima da imagem. Estas árvores, devido ao reflexo da água, se multiplicam, sendo três as "reais" que estão em terra e as outras três o reflexo das mesmas. Há também três tipos de folhas, uma de tamanho pequeno e formato arredondado, outra de tamanho médio e formato serrilhado e outra de tamanho grande e formato arredondado com vãos que formam outras "mini folhas". A imagem é inteiramente em escala de cinza.
   A carpa está nadando, pois seu rabo está em posição curva, representando o movimento de nado dos peixes. As três árvores estão com os galhos secos e todas as folhas estão sob a água.
   A imagem deve representar estação entre verão/outono, pois as folhas estão caídas na água e as árvores com galhos quase secos. Além da carpa, que pode ser uma fêmea e estar em ciclo de reprodução, já que as carpas tem maior crescimento em épocas de temperaturas elevadas.
   Considerando a titulação da obra, é possível fazer diversas interpretações. Uma delas é a representação de três aspectos distinguíveis: a vida do peixe, a vida das árvores na terra e as folhas relacionadas ao ar (já que o vento que as carrega para longe de sua fonte - árvores). Pode-se considerar somente a vida da carpa, já que ela pode ser utilizada como "decoração" em ambientes urbanos e pequenos lagos, como alimento, por se tratar de um peixe e sua própria vida, por seu ciclo natural: crescer, reproduzir e morrer. Ainda temos as árvores, que são de classes diferentes, pois temos três árvores e três tipos de folhas na água. Por fim, a própria água, que acaba por permitir a vida ao peixe, por refletir e alimentar as árvores através do solo até chegar em suas raízes e ser principal elemento para a vivência daqueles que cultivam a carpa, que comem a carpa e que usam-na como decoração, àqueles que utilizam a sombra das árvores, cortam os troncos e possivelmente usam as folhas para outros fins: nós, seres humanos e também os animais irracionais.


Imagem: Iluminura Românica Adão e Eva, Manuscrito de Hunterian
Fonte: www.amadeuw.com.br

   Vemos na imagem um homem e uma mulher nus, uma árvore de frutos pequenos e vermelhos e uma grande serpente enrolada em seu tronco. A mulher tem seus seios caídos e sua musculatura e ossos são muito demarcados, seu cabelo é comprido, liso e  de cor castanho médio, de olhos escuros e boca vermelha. O homem também tem sua musculatura e ossos bem demarcados, cabelos também compridos e castanhos, porém mais crespos, seus olhos também são escuros e sua boca vermelha. A árvore tem tronco e galhos verdes com pequenos frutos vermelhos. A serpente tem escamas azuis e vermelhas e está com a boca aberta em direção da mulher. O fundo da imagem é texturizado e de cor ouro.
   A mulher está entregando ao homem um fruto vermelho, da árvore que está ao centro e a serpente está com a boca aberta direcionada à cabeça da mulher, na altura dos frutos na árvore.
   Trata-se de uma representação bíblica em que Adão e Eva desobedecem à Deus e experimentam o fruto proibido (representado pela maçã). A serpente que representa todo o mal está com a boca aberta em sinal de bote em direção à Eva e aos frutos proibidos, como se estivesse a sussurrar algo no ouvido de Eva.
   Como representação simbólica da tentação, a cena estática me transmite ansiedade, por se tratar de um "pecado" prestes a ser cometido, sendo Adão e Eva persuadidos a praticá-lo contra as vontades de seu Criador.

As leituras de imagem acima são de autoria da aluna Ana Isabel Caregnato Bortolozzo, aluna de Design da Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE.
Quaisquer cópias sem citação e/ou referência é crime, pois se trata de plágio e portanto, passível de pena sob todos os direitos legais.

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